PUTEIRO EM
JOÃO PESSOA
(música: Raimundos - letra: Rodolfo Abrantes)
A vida me presenteou com dois primos já marmanjos
um, muito justo, era o Augusto
o safado era o Berssange
Numa tarde ensolarada toda aquela criançada tomando refrigerante...
Com a família embebedada foi mais fácil armar uma bimbada
prum recém adolescente
Pois foi Berssange, primo velho e cancrado, que com muito do cuidado
chegou pra Augustinho e disse:
"tu visse?
Dudu já tá alucinado, já é meio caminho andado
pra rolinha comer alpiste
E pro rapaz não ficar triste vamo onde as nêga são ativa
não há em toda João Pessoa lugar melhor que o Roda Viva"
E foi pra lá que nóis rumamos quase nos desenfreamos
Nóis num tinha nenhum plano e os cabra foram saindo
e eu atrás ía gritando:
"onde é que cês tão me levando
voltar e buscar mainha ela ficou no bar sozinha"
"Ô menino abobado deixa mainha pra painho
Venha comigo e Augustinho
tu vai ser inaugurado
pois tu sabe,na família,nunca teve afrescalhado.
Quando chegar no Roda Viva tu vai ser homenageado"
Quando eu cheguei no recinto o forró já tava bravo
Bando de nêgo suado dançando com as rapariga
e o forró comia solto e veio um véio com os óio torto
de tanto beber cachaça e disse:
"Essa menina é massa,vai te deixar arretado"
Meu primo me olhou de lado e disse:"coitado"
Era uma quenga fedorenta,daquelas da mais nojenta
mas se você não aguenta você a leva para o quarto
Ela pegou no meu pau pôs na boca e depois ficou de quatro...
Foi num puteiro em João Pessoa,
eu descobri que a vida é boa
foi a minha primeira vez...
PALHAS DO COQUEIRO
(música: Martin Luthero e Raimundos - letra: Martin Luthero e Evandro Vieira)
Debaixo lá das palhas do coqueiro
é onde eu estou a lhe esperar
Eu fico te esperando alí sozinho
Sem ter carinho e sem ninguém pra mim amar
Eu acho que eu já sei porque você não vem
Já deve ter encontrado um outro alguém
que me roubou o teu carinho
Estou sozinho e sem ninguém pra mim amar
Debaixo de um teto de espelhos
é onde tu estás a me chifrar
Eu fico aqui coçando os meus córneos,
imaginando em que motel você está
Eu acho que o grande motivo agora eu sei
Você deve pensar que eu sou broxa ou que eu sou gay
Mas pra provar tudo que eu sinto
estou sozinho e sem ninguém pra mim amar
MM's
(música: Raimundos - letra: Rodolfo Abrantes)
Menina mentirosa veio correndo de dentro do mato,
disse que viu dente em pato
e uma tal cobra que avoa
Caralho de asa é o que tu viu menina
É uma cobra serpentina que só ataca mulher boa
Não venha me falar pelo buraco seu baitola,
baba ovo,cheira rola,
raça que tem que se matar
Seu filho duma égua,
ô filho de uma rapariga,
você só pensa em briga e deixa as mulher pastar
Mas se ela quiser encancrar tem que ser bem lavadinha
muito, muito, muito cheirosinha
e sem feder a roquefort
Mas se ela vier e trouxer na bagagem seus amigos
já sei como combater os inimigos:
Vou soltar um peido bem forte
É isso aí sua nêga véia,
dessa vez vou ter mais sorte,
vou soltar um peido bem forte
Se você não entendeu olhe só como é que eu faço
Eu te levo para a moita sem fazer estardalhaço
Quando você menos espera eu arranco-lhe o cabaço
E se você olhar em volta só vai encontrar os pedaços
MINHA CUNHADA
(música: Martin Luthero e Raimundos - letra: Martin Luthero e Rodolfo Abrantes)
Minha cunhada, prima irmã de tia minha
já me disse que a vizinha vai morrer do coração
Eu descobri que pimenta malagueta
quando entra na buceta vai se enganchar no pulmão
Não
não é assim que se fode não
não é assim que se fode não
não é asssim que se fode...
Eu vou te dar uma lição
Pense nisso meu amor que o buraco é mais embaixo
Se te dão uma banana você logo pede um cacho
Você deve tá achando a brincadeira engraçada
É certo que tu tá ficando muito muito alaceada
e quando o meu pinto se sentir um pouco frouxo
vou te botar de quatro e meter bem no teu roxo
Não
não é assim que se fode não
não é assim que se fode não
não é assim que se fode...
Eu vou te dar uma lição.
RAPANTE
(música: Raimundos - letra: Rodolfo Abrantes)
Arrocho o jegue parto pra merma rotina
já são quatro da matina e eu tenho que me virar
Comendo a pedra eu desenvolvi a proteína
que nenhuma cocaína dá a força que ela dá
Lá onde eu moro é onde ninguém fica à toa
o rabo arranca e o peido avoa ninguém para de cagá
Menina linda na parada de baú
se pego meio tocada acho que vou te torar
ôôôuuu
A tal da pedra me faz virar noite e dia
vou a pé até a Bahia e não páro pra descansar
E não ofende o aparelho digestivo
é só um dispositivo que eu tenho pra falar
Sem ela eu não falo
Sem ela eu não me calo
Menina de Brasília ou de qualquer lugar
ouça o que o paraíba filha da puta aqui tem pra dizer
Menina ô
Parada de baú
CARRO FORTE
(música: Raimundos - letra de domínio público adaptada por Raimundos)
Da mulher eu faço o carro forte
Dos peitos eu faço o farol
e dos pentelhos a instalação
Do mijo dela eu fabrico a gasolina
do cu faço a buzina
e do pinguelo o freio de mão
Do meu pau eu faço a manivela
que toca na buceta dela
e tiro o carro do sertão
NÊGA JUREMA
(música e letra: Rodolfo Abrantes)
Nêga Jurema veio descendo a ladeira
trazendo na sua sacola um saco de Maria Tonteira
E a mulecada avisou a rua inteira:
"vem correndo que a feira já está pra começar"
"Mas olha as nuvens esse tempo não ajuda
pelo menos as minhas mudas eu já sei que vão brotar",
dizia a Nêga quando vieram os soldados
se dizendo avisados e começaram a atirar
Pois foi Antônio, filho de José Pereira,
que no meio da bagaceira olhou pro céu e a rezar
pediu pra Santo Antônio, São Pedro ou Padim Cícero
ou pros filhos do Caniço que viessem ajudar
Foi no pipoco do trovão
que se armou a confusão e ninguém pôde acreditar
que aquilo fosse verdade, foi por toda a cidade,
cresceu em todo lugar
Na igreja das alturas, barzinho, prefeitura,
no engenho de rapadura nasceu mato de fumá
E foi com a santa Malícia
que driblou-se a polícia
e fez a guerra acabar
FUMê FUMá
Não é flor de intestino é um matinho nordestino
que a senhora vai queimar
Faz um bem pra diarréia para o véio e para a véia,
faz o morto suspirar
Faz um bem para as artrites, febre ou conjutivite
Faz qualquer mal se curar
CUMê CAGá
BEBê FUMá
São as leis da natureza e ninguém vai poder mudar.
CACHIMBO DA MULHER
(música e letra: Durval Vieira e Graças Góes)
Eu só fumo no cachimbo da mulher
Fumo é no cachimbo da mulher
Fumar cigarro nunca mais eu me acostumo, todo dia
Eu fumo é no cachimbo da mulher
Minha mulher só fuma cachimbo de barro
Ela já sabe que faz mal fumar cigarro
O doutor disse: "isso aí dá uma tosse
Daquelas que o cabra cospe até secar a goela"
Cheguei em casa, falei com minha senhora
Joguei meu cigarro fora e fumei no cachimbo dela
CANA CAIANA (Minha Nega)
A minha nega é pior do que guará,A minha nega é pior do que guará,
Chupa cana noite e dia chupa cana sem parar
A minha nega tanto chupa quanto masca
No dia que tá nervosa morde a cana com a casca
Ela me deixa nervoso que me faz falar sozinho
Quando enjoa da minha cana vai chupar a do vizinho
CAJUEIRO
(música/letra de domínio público - adaptadas por Raimundos e Martin Luthero)
Eu subi num pé de cajueiro
só pra ver meu amor passar
Eu subi num pé de cajueiro
e esse caju eu vou chupar
A A A A esse caju eu vou chupar
O O O O O e a castanha dou pro meu amor
RIO DAS PEDRAS
Quando eu andava no Riacho da Pedreira
Vendendo peixe na feira
Eu criei a molecada
Comendo peixe todo mundo ficou forte
Eu tive muita sorte com a minha mulher amada
Minha mulher um dia foi pescar
Mas no Riacho da Pedreira tinha pedra pra danar
Ela tinha medo de botar a mão na toca
E eu dizia: "Maricota é aí que o peixe está"
Entre as pedras não tem cobra só tem peixe
Se quiser pegar algum tem que fazer como eu mandar:
"Abre as pedras meu amor
É aí que o peixe esconde quando vê o pescador
Abre as pedras meu amor
É aí que o peixe esconde quando vê o pescador"
BÊ A BÁ
(música: Raimundos - letra: Rodolfo Abrantes)
Esse é o Bê a Bá que eu aprendi lá no sertão,
enchendo a cara de cana e a barriga de pão
Para um melhor resultado eu dei um trato no pulmão
e se o cabra for safado a culpa é do Lampião
Eu já conheço as pistoleira e cansei de mulher rampeira
A única que não me cansa é a tal de Maria Tonteira
Por ela eu como vidro, subo a nado cachoeira
Se ela vier prensada apertada é mais maneira
"Cala boca abestado, deixa de falar besteira
Solução de emaconhado é tapar o sol com a peneira
E quando tu tiver crescido e teu pinto tiver comprido
a vida lhe será cruel mostrando todas as faces
e amargando como fel"
Obrigado, sim senhor, por se mostrar preocupado
Só que essa conversa velha é coisa de bebum safado
que num fez nada na vida e com essa língua comprida
só quer atrasar o meu lado
E pra completar a história eu vou chamar um cheira-fundo
o nariz é de batata e a fama é de vagabundo
Ele acredita em besta-fera e também no fim do mundo
pra vocês eu apresento: Raimundo
"O meu nome é Raimundo e comigo não tem vêiz
Se vocês arengarem comigo eu vou lá e mato vocês
porque eu não penso duas vêiz só conto até três
se tu quer saber o que eu faço fale tudo que tu fez
falo da vida nordestina porque a Morte Severina
é sempre o mesmo negócio
se eu posso logo faço só não faço quando não posso
menina se eu te pego eu não respeito nem os ossos
e se perguntarem quem me viu..."
BICHARADA
(música: Raimundos - letra: Rodolfo Abrantes)
O que que você acha solta um peido e dá um prensadão
A calcinha da devassa vem fedendo igual a rapa de buceta
As pacas me entorpecem, as lhamas me enlouquecem
e a morte chega forte como a tosse do velhote
que não foge mas se esconde na escuridão
O assum-preto come o sabiá
O curió também já mandou lá
E toda a bicharada quando soube da enrabada
fez uma fila do tamanho do jatobá
O passarinho
tão bonitinho
é viadinho
Quando é que ela vem?
Eu sempre sinto que ela não vem
A cabeça do meu pinto diz que ela não vem
O passarinho
tão bonitinho
é viadinho
MARUJO
(música: Martin Luthero e Raimundos - letra: Martin Luthero e Rodolfo Abrantes)
Vou contar uma história para o povo brasileiro
e também pros companheiros que vivem em auto mar
O marujo sai de casa e deixa a família chorando
os filhos vão se criando sem pegar amor ao pai
Aprende a mexer no leme e as batatas descascar
Ele tem um headphone onde só toca ska
Maria não sai de casa pra não dar o que falar
É por isso que o marujo nunca deve se casar
Meu bem meu bem
É por isso que o marujo nunca deve se casar
Vou contar uma estória para o povo sertanejo
É sobre um maconheiro que nasceu no Ceará
Ele veio pra Brasília e comeu uma mulher
Logo que teve uma filha chamou de Maria José
Mas o tempo foi passando e ele teve que se alistar
Escolheu logo a marinha pois nunca tinha visto o mar
Sua mulher desesperada não parava de rezar
É porque o Zé Pereira não sabia nem nadar
Meu bem meu bem
E o resto da estória não precisa nem falar
Meu bem meu bem
Maconheiro nordestino que queria encaretar
Meu bem meu bem
E é por isso que o Raimundos nunca vai se acabar
CINTURA FINA
(música: Raimundos - letra: Rodolfo Abrantes)
Foi num São Pedro em Itaporanga que aconteceu
Até hoje eu não esqueço o beijo que ela me deu
Era uma garota feia desdentada do cabelo ruim
Só que o que me importa é que ela faz tudo pra
mim
E todo mundo falava: "esse daí bebeu e se
apaixonou
pela mulher mais feia da região"
Só que o que você não entendeu é que quem
pegou ela fui eu e ela me pegou pelo coração
Aquela mulher
que tem a cintura fina
quero me casar com ela
Pra que tudo na minha vida aconteça de verdade
pra fazer com que eu me sinta com dez anos de idade
Pra parar de acompanhar e se importar com gente estúpida
E no outro dia quando amanheceu
Até hoje eu não consigo me esquecer do susto que ela me deu
Juro por deus era a mulher mais feia que eu já vi
E tenho que assumir que além de beijar eu dormi com
Aquela mulher
que tem a cintura fina
quero me casar com ela
Pra que tudo na minha vida aconteça de verdade
Não me importa o planeta, o país ou a cidade
pra parar de acompanhar e se importar com gente estúpida
Aquela mulher
que tem a cintura fina
quero me casar com ela
Pra socar minha piroca dia e noite noite e dia
Pra comer ela na cama e na cozinha em cima da pia
Pra parar de cheirar aquela xereca suja
Aquela mulher...
SELIM
(música e letra: Raimundos e Cristiano Telles)
Eu queria ser o banquinho da bicicleta
pra ficar bem no meio das pernas
e sentir o seu ânus suar
Eu queria ser a calcinha daquela menina
pra ficar bem perto da vagina
e às vezes até me molhar
Mas eu não sei o que se passa nesta cabecinha
É claro que é a da minha
você não pode duvidar
Fica quieto
Não me deixe envergonhado
Pois se eu ficar excitado a minha calça vai estourar
(música: Raimundos - letra: Rodolfo Abrantes)
A vida me presenteou com dois primos já marmanjos
um, muito justo, era o Augusto
o safado era o Berssange
Numa tarde ensolarada toda aquela criançada tomando refrigerante...
Com a família embebedada foi mais fácil armar uma bimbada
prum recém adolescente
Pois foi Berssange, primo velho e cancrado, que com muito do cuidado
chegou pra Augustinho e disse:
"tu visse?
Dudu já tá alucinado, já é meio caminho andado
pra rolinha comer alpiste
E pro rapaz não ficar triste vamo onde as nêga são ativa
não há em toda João Pessoa lugar melhor que o Roda Viva"
E foi pra lá que nóis rumamos quase nos desenfreamos
Nóis num tinha nenhum plano e os cabra foram saindo
e eu atrás ía gritando:
"onde é que cês tão me levando
voltar e buscar mainha ela ficou no bar sozinha"
"Ô menino abobado deixa mainha pra painho
Venha comigo e Augustinho
tu vai ser inaugurado
pois tu sabe,na família,nunca teve afrescalhado.
Quando chegar no Roda Viva tu vai ser homenageado"
Quando eu cheguei no recinto o forró já tava bravo
Bando de nêgo suado dançando com as rapariga
e o forró comia solto e veio um véio com os óio torto
de tanto beber cachaça e disse:
"Essa menina é massa,vai te deixar arretado"
Meu primo me olhou de lado e disse:"coitado"
Era uma quenga fedorenta,daquelas da mais nojenta
mas se você não aguenta você a leva para o quarto
Ela pegou no meu pau pôs na boca e depois ficou de quatro...
Foi num puteiro em João Pessoa,
eu descobri que a vida é boa
foi a minha primeira vez...
PALHAS DO COQUEIRO
(música: Martin Luthero e Raimundos - letra: Martin Luthero e Evandro Vieira)
Debaixo lá das palhas do coqueiro
é onde eu estou a lhe esperar
Eu fico te esperando alí sozinho
Sem ter carinho e sem ninguém pra mim amar
Eu acho que eu já sei porque você não vem
Já deve ter encontrado um outro alguém
que me roubou o teu carinho
Estou sozinho e sem ninguém pra mim amar
Debaixo de um teto de espelhos
é onde tu estás a me chifrar
Eu fico aqui coçando os meus córneos,
imaginando em que motel você está
Eu acho que o grande motivo agora eu sei
Você deve pensar que eu sou broxa ou que eu sou gay
Mas pra provar tudo que eu sinto
estou sozinho e sem ninguém pra mim amar
MM's
(música: Raimundos - letra: Rodolfo Abrantes)
Menina mentirosa veio correndo de dentro do mato,
disse que viu dente em pato
e uma tal cobra que avoa
Caralho de asa é o que tu viu menina
É uma cobra serpentina que só ataca mulher boa
Não venha me falar pelo buraco seu baitola,
baba ovo,cheira rola,
raça que tem que se matar
Seu filho duma égua,
ô filho de uma rapariga,
você só pensa em briga e deixa as mulher pastar
Mas se ela quiser encancrar tem que ser bem lavadinha
muito, muito, muito cheirosinha
e sem feder a roquefort
Mas se ela vier e trouxer na bagagem seus amigos
já sei como combater os inimigos:
Vou soltar um peido bem forte
É isso aí sua nêga véia,
dessa vez vou ter mais sorte,
vou soltar um peido bem forte
Se você não entendeu olhe só como é que eu faço
Eu te levo para a moita sem fazer estardalhaço
Quando você menos espera eu arranco-lhe o cabaço
E se você olhar em volta só vai encontrar os pedaços
MINHA CUNHADA
(música: Martin Luthero e Raimundos - letra: Martin Luthero e Rodolfo Abrantes)
Minha cunhada, prima irmã de tia minha
já me disse que a vizinha vai morrer do coração
Eu descobri que pimenta malagueta
quando entra na buceta vai se enganchar no pulmão
Não
não é assim que se fode não
não é assim que se fode não
não é asssim que se fode...
Eu vou te dar uma lição
Pense nisso meu amor que o buraco é mais embaixo
Se te dão uma banana você logo pede um cacho
Você deve tá achando a brincadeira engraçada
É certo que tu tá ficando muito muito alaceada
e quando o meu pinto se sentir um pouco frouxo
vou te botar de quatro e meter bem no teu roxo
Não
não é assim que se fode não
não é assim que se fode não
não é assim que se fode...
Eu vou te dar uma lição.
RAPANTE
(música: Raimundos - letra: Rodolfo Abrantes)
Arrocho o jegue parto pra merma rotina
já são quatro da matina e eu tenho que me virar
Comendo a pedra eu desenvolvi a proteína
que nenhuma cocaína dá a força que ela dá
Lá onde eu moro é onde ninguém fica à toa
o rabo arranca e o peido avoa ninguém para de cagá
Menina linda na parada de baú
se pego meio tocada acho que vou te torar
ôôôuuu
A tal da pedra me faz virar noite e dia
vou a pé até a Bahia e não páro pra descansar
E não ofende o aparelho digestivo
é só um dispositivo que eu tenho pra falar
Sem ela eu não falo
Sem ela eu não me calo
Menina de Brasília ou de qualquer lugar
ouça o que o paraíba filha da puta aqui tem pra dizer
Menina ô
Parada de baú
CARRO FORTE
(música: Raimundos - letra de domínio público adaptada por Raimundos)
Da mulher eu faço o carro forte
Dos peitos eu faço o farol
e dos pentelhos a instalação
Do mijo dela eu fabrico a gasolina
do cu faço a buzina
e do pinguelo o freio de mão
Do meu pau eu faço a manivela
que toca na buceta dela
e tiro o carro do sertão
NÊGA JUREMA
(música e letra: Rodolfo Abrantes)
Nêga Jurema veio descendo a ladeira
trazendo na sua sacola um saco de Maria Tonteira
E a mulecada avisou a rua inteira:
"vem correndo que a feira já está pra começar"
"Mas olha as nuvens esse tempo não ajuda
pelo menos as minhas mudas eu já sei que vão brotar",
dizia a Nêga quando vieram os soldados
se dizendo avisados e começaram a atirar
Pois foi Antônio, filho de José Pereira,
que no meio da bagaceira olhou pro céu e a rezar
pediu pra Santo Antônio, São Pedro ou Padim Cícero
ou pros filhos do Caniço que viessem ajudar
Foi no pipoco do trovão
que se armou a confusão e ninguém pôde acreditar
que aquilo fosse verdade, foi por toda a cidade,
cresceu em todo lugar
Na igreja das alturas, barzinho, prefeitura,
no engenho de rapadura nasceu mato de fumá
E foi com a santa Malícia
que driblou-se a polícia
e fez a guerra acabar
FUMê FUMá
Não é flor de intestino é um matinho nordestino
que a senhora vai queimar
Faz um bem pra diarréia para o véio e para a véia,
faz o morto suspirar
Faz um bem para as artrites, febre ou conjutivite
Faz qualquer mal se curar
CUMê CAGá
BEBê FUMá
São as leis da natureza e ninguém vai poder mudar.
CACHIMBO DA MULHER
(música e letra: Durval Vieira e Graças Góes)
Eu só fumo no cachimbo da mulher
Fumo é no cachimbo da mulher
Fumar cigarro nunca mais eu me acostumo, todo dia
Eu fumo é no cachimbo da mulher
Minha mulher só fuma cachimbo de barro
Ela já sabe que faz mal fumar cigarro
O doutor disse: "isso aí dá uma tosse
Daquelas que o cabra cospe até secar a goela"
Cheguei em casa, falei com minha senhora
Joguei meu cigarro fora e fumei no cachimbo dela
CANA CAIANA (Minha Nega)
A minha nega é pior do que guará,A minha nega é pior do que guará,
Chupa cana noite e dia chupa cana sem parar
A minha nega tanto chupa quanto masca
No dia que tá nervosa morde a cana com a casca
Ela me deixa nervoso que me faz falar sozinho
Quando enjoa da minha cana vai chupar a do vizinho
CAJUEIRO
(música/letra de domínio público - adaptadas por Raimundos e Martin Luthero)
Eu subi num pé de cajueiro
só pra ver meu amor passar
Eu subi num pé de cajueiro
e esse caju eu vou chupar
A A A A esse caju eu vou chupar
O O O O O e a castanha dou pro meu amor
RIO DAS PEDRAS
Quando eu andava no Riacho da Pedreira
Vendendo peixe na feira
Eu criei a molecada
Comendo peixe todo mundo ficou forte
Eu tive muita sorte com a minha mulher amada
Minha mulher um dia foi pescar
Mas no Riacho da Pedreira tinha pedra pra danar
Ela tinha medo de botar a mão na toca
E eu dizia: "Maricota é aí que o peixe está"
Entre as pedras não tem cobra só tem peixe
Se quiser pegar algum tem que fazer como eu mandar:
"Abre as pedras meu amor
É aí que o peixe esconde quando vê o pescador
Abre as pedras meu amor
É aí que o peixe esconde quando vê o pescador"
BÊ A BÁ
(música: Raimundos - letra: Rodolfo Abrantes)
Esse é o Bê a Bá que eu aprendi lá no sertão,
enchendo a cara de cana e a barriga de pão
Para um melhor resultado eu dei um trato no pulmão
e se o cabra for safado a culpa é do Lampião
Eu já conheço as pistoleira e cansei de mulher rampeira
A única que não me cansa é a tal de Maria Tonteira
Por ela eu como vidro, subo a nado cachoeira
Se ela vier prensada apertada é mais maneira
"Cala boca abestado, deixa de falar besteira
Solução de emaconhado é tapar o sol com a peneira
E quando tu tiver crescido e teu pinto tiver comprido
a vida lhe será cruel mostrando todas as faces
e amargando como fel"
Obrigado, sim senhor, por se mostrar preocupado
Só que essa conversa velha é coisa de bebum safado
que num fez nada na vida e com essa língua comprida
só quer atrasar o meu lado
E pra completar a história eu vou chamar um cheira-fundo
o nariz é de batata e a fama é de vagabundo
Ele acredita em besta-fera e também no fim do mundo
pra vocês eu apresento: Raimundo
"O meu nome é Raimundo e comigo não tem vêiz
Se vocês arengarem comigo eu vou lá e mato vocês
porque eu não penso duas vêiz só conto até três
se tu quer saber o que eu faço fale tudo que tu fez
falo da vida nordestina porque a Morte Severina
é sempre o mesmo negócio
se eu posso logo faço só não faço quando não posso
menina se eu te pego eu não respeito nem os ossos
e se perguntarem quem me viu..."
BICHARADA
(música: Raimundos - letra: Rodolfo Abrantes)
O que que você acha solta um peido e dá um prensadão
A calcinha da devassa vem fedendo igual a rapa de buceta
As pacas me entorpecem, as lhamas me enlouquecem
e a morte chega forte como a tosse do velhote
que não foge mas se esconde na escuridão
O assum-preto come o sabiá
O curió também já mandou lá
E toda a bicharada quando soube da enrabada
fez uma fila do tamanho do jatobá
O passarinho
tão bonitinho
é viadinho
Quando é que ela vem?
Eu sempre sinto que ela não vem
A cabeça do meu pinto diz que ela não vem
O passarinho
tão bonitinho
é viadinho
MARUJO
(música: Martin Luthero e Raimundos - letra: Martin Luthero e Rodolfo Abrantes)
Vou contar uma história para o povo brasileiro
e também pros companheiros que vivem em auto mar
O marujo sai de casa e deixa a família chorando
os filhos vão se criando sem pegar amor ao pai
Aprende a mexer no leme e as batatas descascar
Ele tem um headphone onde só toca ska
Maria não sai de casa pra não dar o que falar
É por isso que o marujo nunca deve se casar
Meu bem meu bem
É por isso que o marujo nunca deve se casar
Vou contar uma estória para o povo sertanejo
É sobre um maconheiro que nasceu no Ceará
Ele veio pra Brasília e comeu uma mulher
Logo que teve uma filha chamou de Maria José
Mas o tempo foi passando e ele teve que se alistar
Escolheu logo a marinha pois nunca tinha visto o mar
Sua mulher desesperada não parava de rezar
É porque o Zé Pereira não sabia nem nadar
Meu bem meu bem
E o resto da estória não precisa nem falar
Meu bem meu bem
Maconheiro nordestino que queria encaretar
Meu bem meu bem
E é por isso que o Raimundos nunca vai se acabar
CINTURA FINA
(música: Raimundos - letra: Rodolfo Abrantes)
Foi num São Pedro em Itaporanga que aconteceu
Até hoje eu não esqueço o beijo que ela me deu
Era uma garota feia desdentada do cabelo ruim
Só que o que me importa é que ela faz tudo pra
mim
E todo mundo falava: "esse daí bebeu e se
apaixonou
pela mulher mais feia da região"
Só que o que você não entendeu é que quem
pegou ela fui eu e ela me pegou pelo coração
Aquela mulher
que tem a cintura fina
quero me casar com ela
Pra que tudo na minha vida aconteça de verdade
pra fazer com que eu me sinta com dez anos de idade
Pra parar de acompanhar e se importar com gente estúpida
E no outro dia quando amanheceu
Até hoje eu não consigo me esquecer do susto que ela me deu
Juro por deus era a mulher mais feia que eu já vi
E tenho que assumir que além de beijar eu dormi com
Aquela mulher
que tem a cintura fina
quero me casar com ela
Pra que tudo na minha vida aconteça de verdade
Não me importa o planeta, o país ou a cidade
pra parar de acompanhar e se importar com gente estúpida
Aquela mulher
que tem a cintura fina
quero me casar com ela
Pra socar minha piroca dia e noite noite e dia
Pra comer ela na cama e na cozinha em cima da pia
Pra parar de cheirar aquela xereca suja
Aquela mulher...
SELIM
(música e letra: Raimundos e Cristiano Telles)
Eu queria ser o banquinho da bicicleta
pra ficar bem no meio das pernas
e sentir o seu ânus suar
Eu queria ser a calcinha daquela menina
pra ficar bem perto da vagina
e às vezes até me molhar
Mas eu não sei o que se passa nesta cabecinha
É claro que é a da minha
você não pode duvidar
Fica quieto
Não me deixe envergonhado
Pois se eu ficar excitado a minha calça vai estourar
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